Em sua maioria, os turistas que estavam no México já deixaram o país. O secretário de Turismo Rodolfo Elizondo, informou hoje (1), que quase todos os turistas estrangeiros que estavam no país viajaram de volta após as informações dos primeiros casos da epidemia da gripe A (H1N1), a gripe suína.
Em tom de lamento, o principal dirigente do turismo mexicano ampliou: "Ficamos praticamente sem turismo internacional. Neste momento, não podemos fazer nada", disse o secretário. "Estive em Cancún e vi aviões que chegam vazios para levar gente que estava por aqui." Situado na região sudeste, o balneário é o principal destino turístico do país. Nos últimos dias, porém, os empresários locais estão vivendo um dos piores momentos para seus negócios.
Assustados, os turistas estrangeiros estão cancelando visitas. Todos os dias, segundo autoridades, voos procedentes de Estados Unidos, Canadá, Espanha, Alemanha e Reino Unido são cancelados. Vários dos principais operadores internacionais cancelaram suas programações para todo o mês de maio. Cruzeiros também tiveram escalas suspensas. Representantes do setor e prestadores de serviços estimam quedas que podem variar entre 50% e 90% em suas receitas somente para este fim de semana prolongado, que irá até o dia 5.
"Vamos observar nos próximos dias uma situação muito difícil", alertou Félix González Canto. governador do estado de Quintana Roo, onde fica o balneário.
Existe ainda o problema das restrições impostas por autoridades governamentais determinando o fechamento total ou parcial de lugares em que há grandes concentrações de pessoas, como restaurantes, bares, teatros, cinemas, mercados e danceterias. Em Guadalajara, por exemplo, 866 estabelecimentos deste tipo estão de portas fechadas.
Em Acapulco, a taxa de ocupação dos hotéis era de apenas 38,6% nesta sexta-feira. A vida noturna local, sempre muito atrativa para o público, está prejudicada.
O turismo representa a terceira indústria mais importante no México, com US$ 13,3 bilhões no impacto econômico anual. A situação criada pela gripe poderá forçar uma queda de 1% no PIB. Na tentativa de reverter a situação, Elizondo garante que o governo já prepara a elaboração de uma campanha de marketing para recuperar a imagem turística do México após a epidemia que deverá ter uma duração de três meses.
Até o momento, foram 15 mortes causadas pela doença. Além disso, há outros 176 falecimentos suspeitos e 358 casos de infecção sendo tratados. Ao todo, cerca de 3.000 pessoas podem estar doentes em conseqüência da proliferação da gripe.
A propagação internacional teve novos anúncios neste primeiro dia de maio. A OMS - que acena com a possibilidade de ter uma vacina contra este vírus no prazo de seis meses - coloca o México e os Estados Unidos como os países disseminadores do virus. Um vôo da United Airlines procedente de Munich com destino a Washington teve uma escala emergencial em Boston para deixar uma entre os 245 passageiros a bordo que apresentava sintomas. Ela foi encaminhada ao hospital geral de Massachusets. Na Dinamarca e em Hong Kong, foram anotados os primeiros suspeitos. Na Argentina, 13 pessoas estão sob avaliação. E agora, no começo da noite deste primeiro de maio, a Coréia do Sul confirmou o segundo caso em território asiático.
No Brasil, o último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde aponta que já são sete os quadros clínicos considerados suspeitos, com os principais sintomas da gripe -- febre alta, tosse, dores de cabeça, no corpo ou nas articulações, coriza, vômito e diarreia. Outros 41 casos estão sob observação. Em Minas, o governo decretou estado de emergência para maior urgência nas providências que podem evitar a proliferação.