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Jornalistas foram usados em toda a linha

Para manter desaparecimento de Madeleine McCann no topo da actualidade

Os jornalistas foram utilizados. Esta é a conclusão de Madalena Oliveira, professora universitária, em relação ao desaparecimento de Madeleine McCann há cerca de dois anos no Algarve. Além das “muitas iniciativas” para “manter o assunto na agenda dos jornalistas”, “não podemos ignorar que uma fortíssima máquina de Relações Públicas foi montada à volta dos pais”, acrescentou a investigadora, que já apresentou comunicações do assunto em conferências no estrangeiro.
Uma investigadora do Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho considera que os jornalistas foram usados para manter no topo da actualidade o desaparecimento de Madeleine McCann.
“Não tenho dúvidas de que os media foram estrategicamente ‘utilizados’ para não deixar ‘morrer’ a história”, disse à agência Lusa a professora universitária Madalena Oliveira, numa entrevista por escrito.
Além das “muitas iniciativas” realizadas para “manter o assunto na agenda dos jornalistas”, “não podemos ignorar que uma fortíssima máquina de Relações Públicas foi montada à volta dos pais”, acrescentou a investigadora, que já apresentou comunicações sobre o assunto em conferências realizadas no estrangeiro.
Desde o início percebeu-se que se estava perante uma “notícia demorada” nos órgãos de comunicação social, que “seduziu a opinião pública”, o que terá levado os jornalistas a ficarem “atentos a todos os movimentos” à volta da história, revelando uma “certa vontade, ou quiçá obrigação, de saciar o interesse das audiências”, sustenta Madalena Oliveira.
Aqui colocam-se duas questões opostas e surge a hipótese da “perversão do próprio jornalismo”, que está excluída se o papel dos repórteres for o de “mandatários da vontade e do direito dos cidadãos a serem informados”, mas tem que ser admitida se as empresas de comunicação virem no caso “uma estratégia de dar ao público o que o público quer”.
O processo mediático em torno do desaparecimento da criança inglesa no Algarve “ilustra um certa tendência do jornalismo contemporâneo para privilegiar a carga emotiva da actualidade”, naquilo a que o investigador francês Mac Litz chama “jornalismo compassivo”, considera a docente universitária.
Um aspecto que se torna relevante é o crescente interesse mediático de questões relativas a crianças, neste caso aumentado por uma suspeita de crime, o envolvimento de estrangeiros e as inevitáveis implicações entre as diplomacias de Portugal e Reino Unido, acentua ainda.
Tudo somado, está-se perante um “caso que os estudos jornalísticos não vão poder ignorar”, pela exposição à opinião pública que revelou “uma prática jornalística muito ao jeito do folhetim”, ao ter transformado o desaparecimento de Maddie numa “espécie de novela ou num mistério irresolúvel”.
“Este é um caso que ficará como um marco na história do jornalismo português ou até mesmo internacional”, ao ilustrar a história de como “uma criança individualmente pode movimentar a opinião pública de um país inteiro”, conclui Madalena Oliveira.
Madeleine McCann desapareceu a 03 de Maio de 2007 do quarto onde dormia juntamente com os dois irmãos gémeos, mais novos, num apartamento do aldeamento turístico "Ocean Club", na Praia da Luz, no concelho de Lagos, no Algarve.
A Polícia Judiciária inicialmente apontou para a hipótese de rapto, mas mais tarde admitiu o homicídio da criança. As autoridades, contudo, nunca conseguiram apurar o que realmente aconteceu a Madeleine McCann, que hoje estaria prestes a fazer seis anos de idade.


Ministério Público arquiva processo
Dois anos depois do desaparecimento de Madeleine McCann de um apartamento turístico da Praia da Luz, e com o processo arquivado pelo Ministério Público, sem rasto da menina ou suspeitos, os pais mantêm a esperança de encontrar a criança viva.
Madeleine McCann, na altura com três anos, desapareceu na noite do dia 03 de Maio de 2007, do quarto onde dormia, com dois irmãos gémeos, de um apartamento do aldeamento turístico “Ocean Clube”, na Praia da Luz (Lagos).
Enquanto as três crianças permaneciam sozinhas no apartamento, os pais, Kate e Gerry McCann, jantavam com um grupo de amigos, no restaurante do aldeamento, a cerca de 50 metros.
O desaparecimento da menina assumiu proporções mundiais, tendo “alimentado”, diariamente e ao longo de vários meses, os noticiários de rádios, televisões e jornais do planeta, mas nunca chegou a ser esclarecido.


A viragem na investigação
A Polícia Judiciária (PJ), que inicialmente admitiu o rapto, virou o rumo da investigação, em Agosto de 2007, para a possível morte da criança, com as suspeitas a recaírem sobre os pais, Gerry e Kate McCann, ambos médicos.
A reviravolta na investigação baseou-se em vestígios biológicos recolhidos no apartamento e no carro alugado pelo casal McCann, 25 dias depois do desaparecimento da sua filha.
Os indícios foram recolhidos com a ajuda de dois cães da Polícia inglesa, "peritos" em detectar sangue e odor a cadáver, e analisados no laboratório forense britânico, em Birmingham.
Apesar da reviravolta na investigação, as análises aos vestígios encontrados não permitiram concluir se seriam ou não da criança, como foi confirmado pelo então director nacional da PJ, Alípio Ribeiro.
Em Setembro de 2007, ao receber os resultados das primeiras análises forenses, a Polícia Judiciária passou a centrar as suspeitas no casal McCann - por ocultação do cadáver -, apontando a morte como "a causa provável para o desaparecimento da menina".




BREVES

Shoppings degradam. O aumento dos centros comerciais em Portugal está a contribuir para a degradação das zonas de comércio tradicional, segundo os responsáveis das lojas de rua, mas os promotores dos shoppings defendem-se, alegando que há espaço para todos. Para a Associação Portuguesa dos Centros Comerciais (APCC), estes espaços funcionam "muito bem", estando pouco afectados pela crise. Já a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) sustenta que as lojas de rua estão a enfrentar problemas de vária ordem, como prova o encerramento de "um número muito elevado de estabelecimentos". A ideia transmitida é igualmente divergente no que respeita à dimensão dos equipamentos, com a APCC a apontar que Portugal "está na média do que se passa em outros países" enquando a CCP prefere salientar que o país "tem uma das maiores densidades comerciais da Europa".


Nossa senhora. A imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima está no Brasil, onde percorrerá até Junho municípios do Estado do Rio de Janeiro e Belo Horizonte, em Minas Gerais.
Enviada pelo Santuário de Fátima, em Portugal, a imagem foi recebida por Berthaldo Soares, sócio-fundador da Associação Arquidiocesana Tarde com Maria, que acompanha há 23 anos a passagem da imagem da Santa peregrina pelo Brasil.
Além de paróquias e capelas, a Santa também passará, no dia 7 de Maio, pelo Consulado Geral de Portugal no Rio de Janeiro, onde será rezada uma missa especial.