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Diários de um torcedor no GP Brasil - Parte I

Gustavo Coelho* | Fórmula 1 | 31/10/2008 22:50:00

Foto: Mathias Kniepeiss / GEPA Pictures / Red Bulls Media

*Enviado especial | São Paulo

Faz frio em São Paulo.

Esta já é a minha nona aventura no Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 e, com toda a sinceridade, não me lembro de nenhum outro ano em que as temperaturas tenham sido tão baixas.

O cenário é desfavorável para a Ferrari, que encontra notórias dificuldades para aquecer os pneus em condição de volta rápida.

Mas hoje, nos primeiros treinos livres para o GP Brasil, Massa deu uma demonstração de força e terminou como o segundo mais rápido do dia.

Foi mais lento apenas do que Alonso, que deve ter corrido com a Renault no mínimo da gasolina.

Hamilton finalizou em quarto e deu a impressão de que não mostrou tudo do carro.

Segundo a previsão do tempo, nada indica que o panorama deve mudar até domingo. É bem provável, inclusive, que a chuva apareça na classificação deste sábado e também no dia do GP.

Em pista molhada, a vantagem é toda de Hamilton. Mas corridas com chuva são sempre imprevisíveis.

Talvez esteja aí a chance que Massa estava esperando...

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Mesmo fora do circuito, não dá para fugir da atmosfera do GP.

Os ambulantes já estão ali, a cada sinal de trânsito, com seus bonezinhos da Ferrari sendo vendidos a preços que variam mais do que a bolsa de valores.

Começa perto dos 25 reais e vai baixando à medida que o sinal fica perto de abrir. A tática é esperar um pouco e só pagar quando o carro da frente já está acelerando. Se você é pão-duro, é daquelas economias bobas que dão uma sensação de felicidade genuína.

A tal lei da "Cidade-Limpa" eliminou os diversos outdoors que se espalhavam na época da corrida, com piadinhas de duplo sentido de várias casas noturnas. Sempre havia o velho trocadilho do tipo "Venha pilotar aqui também", mas agora isso terminou.

Apesar disso, o GP Brasil está em todo lugar.

Nos hotéis, pelo menos nove em cada dez hóspedes vieram só para a corrida.

Nos restaurantes, é só olhar para o lado para ver uma camisa, um bonezinho ou uma sacola da Ferrari na mesa vizinha.

Nas ruas, não é difícil encontrar os motoristas "estrangeiros" fechando o corredor dos motoboys e atrapalhando ainda mais o caótico trânsito da capital paulista.

São Paulo vive este Grande Prêmio, disparado o evento turístico mais importante do ano na cidade.

Neste sábado, o fim de semana começa para valer. Não só para os pilotos, mas também para mim, que estarei acompanhando as atividades diretamente do autódromo de Interlagos.

É hora de dormir, já que amanhã o despertar será muito cedo. Mas o sono não chega.

Mesmo veterano, ainda sinto aquele friozinho na barriga antes do primeiro dia em Interlagos.

Em algum outro ponto de São Paulo - provavelmente no hotel Transamérica, segundo o motorista do táxi - Hamilton e Massa também devem estar bem ansiosos para o dia de amanhã.

Depois dos treinos desta sexta, não dá para prever quem vai se dar melhor no treino classificatório.

A única certeza é que a disputa entre os dois será muito emocioante.

Às 14h da tarde acontece o treino que define o grid. Não dá para perder.