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Opinião - Transtornos urbanos - Diário do Nordeste

Opinião - Transtornos urbanos - Diário do Nordeste: "Transtornos urbanosA situação se repete. Sempre que decorre o período de chuvas em Fortaleza, revela-se o crônico problema da cidade não somente em relação às áreas consideradas de risco, mas a todo o seu contexto urbano, em que fatores como falta de saneamento básico, precariedade dos calçamentos das ruas e outras insuficiências estruturais transformam os efeitos de até mesmo baixos índices pluviométricos em dilúvios.

Quando o período chuvoso torna-se bem acima da média, como vem ocorrendo este ano, as conseqüências são sensivelmente mais danosas, com o incômodo de enormes engarrafamentos no tráfego de veículos, evidência que também já se constata nos períodos comuns do verão.

Pelo fato de Fortaleza haver crescido de maneira célere e desordenada, nas últimas décadas, os problemas se multiplicaram no setor.

O inchaço demográfico, acrescido da falta de planejamento no tocante à expansão da metrópole, a tem transformado em um local caótico sob vários aspectos, tendendo prejudicar, sempre mais, a imagem citadina no campo turístico.

A essas deficiências estruturais, que se agravam a olhos vistos, acrescenta-se a falta de educação comunitária de boa parte da população, ainda não devidamente conscientizada em relação aos problemas que o lixo doméstico e outros tipos de entulhos, inclusive advindos de indústrias de transformação, podem causar ao adequado funcionamento dos bueiros e contribuir para a transformação das principais artérias em rios e lagos, depois das chuvas até mesmo abaixo de 50 milímetros.

Tal notória característica de incivilidade acentua de maneira expressiva a ocorrência de vários tipos de transtornos, além dos estragos nas vias públicas. Além dos danos materiais e até mesmo perda de vidas por afogamento, existe, também, a constante ameaça da proliferação de doenças e epidemias.

Para o turismo, cria-se uma situação constrangedora, que inclui alagamentos fronteiriços a grandes hotéis, em áreas consideradas como cartões-postais da cidade.

O problema não é novo, mas tem crescido sensivelmente e parece não oferecer chances plausíveis de reversão nas próximas quadras invernosas.

Em face de tão lamentável realidade, as chuvas já não trazem para os habitantes de Fortaleza as tradicionais características de “bom tempo”, ou “tempo bonito”, que os cearenses costumavam atribuir, em meio às suas tradições populares, às benesses trazidas pelas precipitações pluviométricas à agricultura e ao clima ambiente.

O fato requer não apenas soluções emergenciais, mas aprofundados estudos e planejamentos a partir do Plano Diretor de Fortaleza, no sentido de que sejam reavaliados os senões e a fragilidade urbana da quinta mais populosa metrópole do Brasil.

Pontos cruciais da questão são fáceis de ser detectados, exigindo das autoridades apenas a vontade política e o ato decidido, em relação às mazelas da cidade e suas potenciais soluções."