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Líderes das Américas centram esforços em cooperação energética

18/04/09 - 19h26 - Atualizado em 18/04/09 - 19h30


(inclui declarações de Lula e do presidente do Equador).


Port of Spain, 18 abr (EFE).- A cooperação em matéria energética se transformou no novo desafio econômico entre Estados Unidos e os países latino-americanos, após as ambições de uma integração comercial terem sido deixadas de lado.


A colaboração nesse campo foi o tema principal hoje da segunda sessão plenária da 5ª Cúpula das Américas, em Port of Spain, que acontece em um clima de cordialidade, bem diferente das divergências e das desconfianças que davam a tônica na Administração de George W. Bush.


Para o presidente americano, Barack Obama, o desenvolvimento dos projetos de energias renováveis foi marcado como uma das prioridades dos EUA no novo plano econômico de investimentos.


Ele destacou que tentou transferir a Brasil, México e Colômbia, entre outras nações, o mesmo objetivo.


Na capital de Trinidad e Tobago, Obama ressaltou a importância da colaboração na área energética, e insistiu em renovar os esforços no combate à pobreza.


O líder americano citou exatamente a relevância da colaboração em matéria energética ao falar também sobre a necessidade de cooperar para enfrentar a mudança climática e a crise econômica mundial.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou hoje os participantes da cúpula a manter os compromissos contraídos em matéria energética e ambiental, apesar dos prejuízos causados pela crise mundial.


"A crise não deve servir de desculpa para retroceder nos compromissos com tecnologias ambientalmente sustentáveis ou para abrir mão das fontes renováveis de energia", disse Lula na segunda sessão plenária da cúpula, dirigida à segurança energética.


O presidente afirmou que em um mundo que precisa de combustíveis "renováveis, limpos e baratos", a América Latina tem muito a oferecer, pois é uma região que possui as condições meteorológicas e de terreno para produzir energia sem colocar em perigo a segurança alimentar.


"Seríamos os primeiros a condenar os biocombustíveis se ameaçassem a oferta de alimentos ou a preservação de nossas florestas", reiterou Lula.


Ele ressaltou que o Brasil tem condições de compartilhar com outros países a tecnologia que desenvolveu há mais de 30 anos para produzir etanol.


Já o presidente do Equador, Rafael Correa, destacou que a América Latina deve ser mais autossuficiente na produção de energia.


"Mas também mais eficiente porque a humanidade não pode continuar poluindo, pois só temos um planeta", afirmou Correa.


O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, manifestou satisfação com a disposição de Obama de aumentar a cooperação energética levando em conta os interesses de cada país.


Segundo ele, não adianta fazer programas homogêneos em cooperação energética para toda a região porque cada nação tem particularidades e enfoques diferentes.


O Brasil propôs intensificar com países específicos, como o Haiti, os programas de desenvolvimento de biocombustíveis.


O consenso em matéria de pesquisa de novos modelos de energia renovável ficará refletido no texto da declaração final da cúpula, na qual se destacará que serão desenvolvidos "sistemas de energia limpos, acessíveis e sustentáveis, reduzindo a importância da energia e do carbono em nossas economias".


A minuta do documento afirma que os presidentes se comprometeram "a aumentar o fornecimento de fontes de energia renováveis e reduzir o carbono, para conseguir que, em 2050, o mais tardar, se consiga cobrir com elas pelo menos 50% de nossas demandas de energia".


"Introduziremos, se for necessário, novas estruturas financeiras e de políticas para facilitar e acelerar esse processo", acrescenta o texto.


A 5ª Cúpula das Américas concordará em desenvolver "uma estratégia para biocombustíveis de uma segunda geração e mais avançados, de modo que não concorram diretamente com outros produtos agrícolas pela terra, pela água ou pelos adubos".


Em matéria ambiental, os presidentes americanos se comprometem a "promover uma energia limpa, através de pesquisa e desenvolvimento, da transferência de tecnologias ambientalmente saudáveis e da comercialização de novas soluções de energia mais limpa". EFE