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Erosão irrita turistas


Ana Amaral/DN
As pessoas que frequentam a orla diariamente classificam a situação como vergonhosa para a capital do estado
A erosão nos calçadões da Praia dos Artistas e de Ponta Negra segue causando transtornos a moradores, turistas e comerciantes desses dois pontos da orla marítima de Natal. Na Praia do Meio, uma cratera de 150m obriga os transeuntes a usar a calçada oposta ou arriscarem-se dividindo espaço com os carros na avenida. Em Ponta Negra, uma cratera com aproximadamente cinco metros de extensão dificulta a passagem dos pedestres, que dispõem apenas de uma estreita faixa de pavimento para transitar.

O problema se arrasta desde o inverno. Na Praia dos Artistas, a erosão destruiu o trecho do calçadão da Avenida Café Filho na altura do Centro Municipal de Artesanato. O coopista José Lucena, que freqüenta a orla diariamente para sua caminhada matinal, classifica a situação como uma ‘‘vergonha’’. Ele acredita que a obra de recuperação em curso já poderia ter sido concluída. ‘‘Mas sabemos que no Brasil é assim. O dinheiro público é sempre mal direcionado’’, opina. Ele lamenta que precise atravessar a rua e caminhar do outro lado para escapar do buraco.

O empresário Emerson Fernandes explica que faz sua caminhada com medo de ser atropelado, já que é obrigado a andar na pista para vencer o trecho erodido. Ele confessa, ainda, que não confia na qualidade do serviço em execução pela prefeitura e acha que o calçadão voltará a erodir nas próximas chuvas.

Freqüentador da Praia dos Artistas há mais de 60 anos, o aposentado Otacílio de Lima alerta para os riscos que um passante distraído corre ao transitar pelo calçadão. Ele destaca que alguém pode cair no buraco ou cair do calçadão para a beira-mar, já que há um trecho em obras onde é possível caminhar, mas que não tem cerca de proteção. A altura é superior a dois metros.

Otacílio se diz ‘‘triste’’ pela situação. Na opinião dele, a Praia dos artistas, que já foi a mais concorrida de Natal, vive seu pior momento. ‘‘Essa praia era uma beleza. Por volta de 1940, se via pouca gente por aqui, era uma tranqüilidade. A praia era bonita e o mar era cheio de peixe, diferente de hoje, que o mar está cheio de esgoto. Mais tarde, aqui virou a ‘praia da cidade’ e era muito animada, cheia de gente’’, relembra.

O mestre de obras Pedro Eleutério, que ontem supervisionava os serviços de recuperação do calçadão da Praia dos Artistas, afirma que os trabalhos serão concluídos até o final de dezembro. ‘‘Estamos trabalhando com 25 homens, de acordo com a tábua das marés’’, informa. Ele acrescenta que a dependência da maré e o caráter de urgência do serviço fazem com que os trabalhos prossigam inclusive no turno da noite.