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Ruínas de São João Marcos começam a ser mostradas Arqueólogos fazem trabalho de reconhecimento; próxima etapa será a escavação



Foto: Divulgação

Na última semana, uma equipe de arqueólogos do Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB) apresentou os trabalhos de reconhecimento da área onde será criado o Parque das Ruínas de São João Marcos. Estiveram no local para acompanhar os arqueólogos o diretor da Light, Mozart Vitor Serra, e o diretor do Instituto Cultural Cidade Viva, Fernando Portella.
No local os visitantes puderam avaliar a área e conhecer cada ruína que será restaurada. Carlos Gerhard, arqueólogo do IAB, informou que a primeira etapa, a de reconhecimento, está concluída. Segundo ele, o próximo passo será iniciar as escavações. “Vamos fazer a limpeza da frente das casas e das outras construções e mostrar o que tem. Muita coisa já foi identificada, como prefeitura, câmara, teatro, cadeia, igrejas, a ponte e o paredão. Alguns artefatos também foram achados como louça da época, dobradiças de janelas, peças em cerâmica e metal”, disse Carlos.

No local pode-se perceber as pedras que formavam ruas importantes da extinta cidade como a 5 de Julho e a 7 de Setembro, com seus calçamentos arredondados do século XVIII muito conservados. No auge da cidade havia mais de 14 mil habitantes com uma estrutura moderna para a época.

O diretor executivo do Instituto Cultural Cidade Viva, Fernando Portella, comentou que a intenção é reviver a cultura do local e tratar a identidade de São João Marcos com respeito. “Será um lugar para atrair turistas, estudantes de Arqueologia, História e alunos das escolas de Rio Claro. Serão oferecidos também alguns empregos. Um memorial será construído no parque para mostrar os artefatos encontrados, inclusive a imagem de São João Marcos”, informou. Fernando disse ainda que será criado um horto para o reflorestamento de áreas próximas ao local do parque.

O chefe do Departamento de Turismo de Rio Claro, Alexandre Nogueira de Oliveira, contou que o potencial turístico será muito forte em Rio Claro. “O município está no roteiro integrado da Costa Verde e São João Marcos será um ponto a ser visitado. O projeto tem previsão de início ainda neste ano, e é provável que esteja pronto no início do segundo semestre do ano que vem”, explicou Alexandre.

O município terá em breve um grande pólo de turismo cultural. O Parque das Ruínas de São João Marcos está sendo criado graças a um convênio firmado entre a Prefeitura de Rio Claro e a Light, através do Instituto Cultural Cidade Viva. A partir desta proposta a Light repassará recursos da ordem de R$ 1 milhão, através do Instituto Cultural Cidade Viva, para a estruturação do parque.

De acordo com a secretária de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Elvira Brum, o objetivo da criação do parque é receber turistas interessados em conhecer esta região, considerada de grande valor histórico cultural. “O parque trará a história de São João Marcos no próprio local, onde tudo aconteceu. Será uma oportunidade de contar essa história”, salientou.

O parque ficará às margens da RJ-149 (km 18), que liga Rio Claro a Mangaratiba, e será banhado pelos rios Panelas e do Coco. De fundo, o parque terá a Represa de Ribeirão das Lajes.

Elvira disse ainda que a revitalização da RJ-149 (Rio Claro/Mangaratiba) será fundamental para a estruturação do parque. “Com a melhoria da estrada, o parque ganhará um acesso melhor, beneficiando o acesso de visitantes e funcionários”, completou.

O IAB está realizando nas ruínas de São João Marcos escavações que visam determinar a área total a ser prospectada para construção do parque, sob autorização e supervisão do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que detém a guarda de todo o material achado. O Instituto de Arqueologia, que tem mais de 48 anos de existência, colocou à mostra parte das estruturas dos principais prédios da antiga cidade. Já foram trabalhadas áreas onde ficavam a prefeitura, o teatro, a cadeia, o matadouro, a Igreja Matriz, a Igreja do Rosário, o Marco do Bicentenário, entre outras. Os investimentos são da Light e a coordenação é do Instituto Cultural Cidade Viva.

Elvira disse ainda que inúmeros investimentos são destinados às áreas do distrito de São João Marcos e Macundu. “O objetivo é preparar a comunidade local para o desenvolvimento do turismo que se prevê com o asfaltamento da estrada Rio Claro - Mangaratiba (RJ-l69) e a conclusão das obras do Parque das Ruínas de São João Marcos para o próximo ano de 2009”, finalizou.

Alunos já estudam história local

No último mês foi organizada uma aula de campo nas ruínas históricas de São João Marcos com os alunos da Escola Municipal Luis Ascendino Dantas, que fica no distrito de Macundu. A aula foi aplicada pelos arqueólogos do Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB) que estão trabalhando no lugar.

De acordo com a secretária de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Elvira Brum, que está acompanhando todo o projeto, a intenção é fazer com que os alunos comecem a despertar a consciência sobre o valor do patrimônio histórico que Rio Claro possui. “Estas aulas de campo ministradas pelo IAB nos locais em que realiza escavações são de extrema importância. Desta forma será despertada em toda a comunidade a consciência sobre a importância da preservação e conhecimento de nosso patrimônio histórico”, revelou.

Recuperação do Acervo

O convênio com a Eletronuclear também possibilita o desenvolvimento da recuperação de todo o acervo documental de São João Marcos. A pesquisa começou em 2004 e conta com seis profissionais que cuidam de todo o processo de recuperação.
O acervo possui documentos do legislativo, executivo e judiciário de São João Marcos, além de informações da paróquia, cartório e cemitério. A equipe da Casa de Cultura de Rio Claro é quem cuida de todo o conjunto documental. É feito um minucioso trabalho, em que os documentos são catalogados, diagnosticados, higienizados, tombados e registrados. Depois eles são arquivados em um envelope de papel alcalino, que não deixa o documento se desfazer. Por último é feita a digitalização do conteúdo e o acervo é salvo em CD.

A secretária Elvira Brum informou que o acervo é importante para a produção de material para o parque. “O memorial será montado em função desta restauração dos documentos”, disse. A Casa de Cultura também recebe visitas orientadas, onde as pessoas podem aprender mais sobre a história da cidade.