hotelscombined

Saiba onde tem o melhor preço antes de comprar

Translate

Diário de Natal

Diário de Natal
Curitiba, muito verde e um friozinho gostoso na primavera



O sol nasce entre uma garoa fina, resquício de uma noite com neblina, e luta contra o frio característico da região. Mesmo na primavera, a capital mais "gelada" do país - a européia Curitiba - mostra sua cara com um brilho todo especial. Nesta época a luz do sol parece dar mais ênfase às inúmeras cores trazidas pelos casacos e cachecóis de lã, dando um charme à parte ao cenário bucólico de contrastes entre seus preservados prédios históricos e os grandes e novos edifícios, que traçam um paralelo entre o desenvolvimento e a paixão por suas raízes. Visitar Curitiba na primavera pode resultar em baixas temperaturas. Ao invés de temer, curta o verde aliado ao friozinho. A dica é relaxar e aproveitar toda a infra-estrutura que o destino oferece, curtindo seus famosos e invejados parques durante o dia, expondo-se aos raios do sol para absorver ao máximo o calor do astro rei, e à noite, quando o frio parece ser mais intenso, se proteger em algum dos melhores points gastronômicos da cidade. A estada em Curitiba não precisa, necessariamente, ser muito longa. Três dias completos na cidade são suficientes para que o visitante conheça alguns de seus parques, roteiro que pode ser realizado através da Linha Turismo. Na gastronomia, os pratos principais ficam a cargo da comida italiana muito bem servida no tradicional bairro de Santa Felicidade e para o saboroso Barreado, típico da região. No roteiro também não pode faltar o segundo destino mais procurado no Paraná, que é o tradicional passeio de trem pela Serra do Mar até a pequena cidade de Morretes, no litoral paranaense.

Linha Turismo deve ser o primeiro passeio

O primeiro passeio em Curitiba deve ser a "Linha Turismo", um roteiro integrado realizado com um ônibus especial, tipo jardineira, que passa por 25 pontos turísticos da capital. A Linha funciona de terça a domingo, das 9h00 às 17h30, e os ônibus partem de 30 em 30 minutos. A tarifa única é de R$ 15,00, com o direito de realizar até quatro paradas em pontos onde o visitante desejar conhecer. Os veículos são equipados com sistema de som para fornecer informações sobre os locais visitados em três idiomas. Entre as tantas opções pelas quais a Linha percorre, realmente vale a pena gastar uma de suas paradas no símbolo de Curitiba, o Jardim Botânico. Construído em 1991, o grande castelo de cristal foi inspirado nos palácios franceses. O local ainda abriga um Museu Botânico e o Espaço Frans Krajcberg, artista polonês radicado na Bahia há 30 anos. O Jardim Botânico também é destaque por seus belos e grandiosos jardins.

Próximos um do outro, a Ópera de Arame e a Pedreira Paulo Leminski também merecem a atenção dos turistas. A estrutura tubular e acrílica da Ópera está edificada em plena harmonia com a natureza e também serve de palco para as principais peças do Festival de Teatro e do calendário cultural da cidade. O local é considerado uma solução da engenharia em prol do desenvolvimento urbanístico, uma vez que, no passado, a região abrigou um grande espaço destinado à extração de pedras.

Com o mesmo objetivo de dar vida ao que já estava praticamente destruído, foi planejada, ao lado da Ópera de Arame, a grandiosa Pedreira Paulo Leminski, considerada o maior espaço para shows em Curitiba, com capacidade para até 60 mil pessoas e dona de uma acústica invejada por grandes teatros. Na Pedreira já foram realizados espetáculos e shows de nível nacional e internacional. O seu nome é uma homenagem a um dos mais conhecidos e importantes poetas e escritores do Paraná.

A última dica de parada na Linha Turismo é o imponente Parque Tanguá que, embora não seja um dos mais famosos, é o que abriga uma das paisagens mais bonitas da capital paranaense. Em conjunto com o Parque Barigui e o Parque Tingui, o Tanguá foi construído em 1996, às margens do Rio Barigui, com o intuito de preservar um dos rios mais importantes da região. O local também abrigou a atividade de extração e hoje é caracterizado por sua edificação, que lembra um castelo romano que ao centro permite que uma belíssima cachoeira de 65 metros deságüe efusivamente em meio a uma grande lagoa. Lá embaixo os visitantes podem passear de pedalinho nas águas da lagoa.

De trem, pela Serra do Mar, até Morretes

Um dos poucos passeios de trem turísticos regulares do Brasil sai de Curitiba. Atrai curiosos e apreciadores da natureza e da habilidade humana diante das dificuldades da engenharia. O trajeto de 110 quilômetros de linha férrea contempla uma íngreme descida com 14 túneis, 30 pontes e diversos viadutos. Tudo esculpido e projetado há 120 anos, através das mãos de nove mil trabalhadores. Os primeiros quilômetros da viagem percorrem alguns bairros da capital povoados por antigos funcionários da Rede Ferroviária e pelo Jardim Botânico. O trem também passa pela Região Metropolitana de Curitiba. Depois do tour urbano, a aventura na Serra do Mar paranaense começa logo após a passagem pelo Túnel Roça Nova, o mais longo do trajeto, com 457 metros de distância. É também o ponto mais elevado do caminho, atingindo 955 metros acima do nível do mar.

O espetáculo mais evidente fica por conta da Floresta Atlântica brasileira, muito bem preservada pelos vales e montanhas da região. O local guarda uma das únicas partes intocadas dos 5% da mata original que ainda sobrevivem no sul e sudeste do país. A Ponte São João é uma das mais belas construções da linha, erguida originalmente com 402 toneladas de aço vindos da Bélgica. A ponte, que alcança 70 metros de cumprimento e o maior dos seus quatro vãos tem 55 metros de altura, causa uma sensação única de poder olhar para os lados e sentir que não há absolutamente nada a sua volta. A impressão que se tem é a de estar planando no ar. Atualmente, esta e as outras pontes da ferrovia ganharam um reforço na estrutura para suportar o peso dos trens modernos. A parada do trem é em Morretes, charmosa cidade do litoral paranaense. O nome foi dado porque o local está entre três pequenos morros, o que faz com que a cidade seja sempre mais quente que Curitiba. Entre o casario antigo e charmoso à margem do Rio Nhundiaquara, é possível vislumbrar a paisagem e realizar algumas comprinhas nas lojas de artesanato. Morretes também é o local ideal para experimentar o barreado, prato típico do litoral paranaense. A comida consiste num cozido de carne vermelha, que passa no mínimo 12 horas desmanchando à alta temperatura e muitos temperos. Quando chega à mesa borbulhante, o ideal é acompanhá-lo com farinha de mandioca e uma banana, produtos típicos da região.

Cultura e consciência ecológica predominam

Curitiba é cultura. A forte miscigenação étnica que a cidade viveu com a vinda de muitos imigrantes de várias partes do mundo, principalmente da Europa, foi realmente decisiva na criação de uma identidade para a capital. A busca pela preservação e a consciência ecológica são fatores predominantes, enraizados em crianças, jovens e adultos.

Passear pela rua XV de Novembro, também conhecida como Rua das Flores, também é um belo programa. Vá sem pressa e escolha uma das mesinhas tradicionais do quase centenário Bar Cachorro Quente, onde se oferece o melhor sanduíche de pernil, lanche tradicional da cidade. O churrasco para duas pessoas também é uma pedida espetacular, pelo sabor e pelo tamanho do filé.

Depois da comilança, caminhar pela Rua XV até a Praça Tiradentes para conhecer a Catedral Basílica Nossa Senhora da Luz é um excelente exercício físico e de contemplação. O caminho guarda os mais belos edifícios históricos da cidade, culminando na bela igreja construída em 1893 em estilo gótico.

A Praça Tiradentes fica no Largo da Ordem, centro histórico, recebendo no período do Festival de Teatro inúmeras atrações gratuitas. Além das belas casas antigas, aos domingos o Largo conta com um diferencial, a Feirinha de Artesanato, local onde artistas e artesãos expões os mais variados produtos para todos os gostos.